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COP 28: Seca no sul de Angola obriga à deslocação de populações


Decorre até dia 12 de Dezembro, no Dubai, a COP 28. A acompanhar os trabalhos da conferência das Nações Unidas sobre o Clima está a ONG ambientalista Eco Angola. Ao microfone da RFI, Diana Lima, coordenadora técnica, alertou para a existência de migrantes climáticos no sul país, provocados pela seca, que afecta de forma desigual mulheres e homens.

Decorre até dia 12 de Dezembro, no Dubai, a COP 28. Na agenda da Conferências das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas estarão temas como o financiamento dos diferentes fundos de ajuda, a consolidação do fundo por perdas e danos, a redução gradual da dependência das energias fósseis e a transição energética.

Outro ponto importante será a avaliação global (“Global Stocktake”) dos progressos realizados no âmbito do Acordo de Paris, desde a sua entrada em vigor em 2015.

A acompanhar os trabalhos da conferência das Nações Unidas sobre o Clima está Diana Lima, directora da coordenação técnica da ONG ambientalista angolana, Eco Angola, que ao microfone da RFI deu conta dos avanços já feitos neste arranque da conferência, nomeadamente no que diz respeito ao dossier ‘Perdas e Danos’.

Desde a COP 27 [que decorreu em Novembro de 2022, em Sharm-el-Sheikh, no Egipto] que o Fundo das Perdas e Danos tem sido uma das preocupações.

Nesta COP 28, finalmente anunciaram que será uma das prioridades, tendo já investimentos de alguns países, como a Alemanha, os Estados Unidos da América, o Japão, incluindo os Emirados Árabes Unidos.

Questionada sobre o facto de estes anúncios poderem no futuro não se concretizar, Diana Lima sublinha o papel das organizações e entidades que fazem a fiscalização destes dossiers, considerando a questão das “promessas vazias” uma problemática recorrente.

Sobre os efeitos das alterações climáticas em Angola, Diana Lima alerta para a existência de migrantes climáticos no sul país, provocados pela seca e que afecta de forma desigual mulheres e homens.

Muitas comunidades, muitos grupos têm-se deslocado devido à seca, como forma de sobrevivência e, nesse caso, é preciso ter em conta a questão do género.

Quando falamos de deslocação, a nível cultural o que acontece, são os homens a deslocarem-se e as mulheres a terem que ficar com com os filhos, ou pela dificuldade de se deslocarem por causa dos filhos.

Isso poderá ser um factor a ter em conta, que torna as mulheres mais vulneráveis.

Além disso, Diana Lima chama a atenção para a relação entre a poluição plástica e alterações climáticas:

Quando não temos o controlo da quantidade de plástico que está sendo descartado e não há ou a reciclagem, poderá danificar o próprio ambiente a nível do solo, poluição de águas a nível de microplásticos e consideramos, sim, que o plástico pode ser um dos influenciadores das alterações climáticas.

A Conferências das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original) arrancou a 30 de Novembro e prolonga-se até ao dia 12 de Dezembro, no Dubai, principal cidade dos Emirados Árabes Unidos.

As Nações Unidas têm vindo a insistir na necessidade de adopção imediata de "medidas urgentes" para impedir um maior aquecimento global, quando o planeta caminha para os 2,9ºC de aquecimento.


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 December 4, 2023  8m