Falando com Ciência

Vamos comentar sobre os aspectos, muitas vezes polêmicos, do dia a dia da pesquisa que se faz pelo Brasil, nos Institutos de Pesquisa e nas Universidades.

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Fornecedores de equipamentos científicos usam práticas abusivas e devem ser regulados


O que você acharia de solicitar um orçamento de manutenção a um mecânico de automóveis e receber uma conta de R$ 15.000,00 sem que qualquer serviço tivesse sido ainda prestado ? Acharia um absurdo, não ? Pois é exatamente isso o que está acontecendo no relacionamento entre empresas que prestam serviços de manutenção de equipamentos científicos que elas mesmas vendem para as universidades e centros de pesquisa.

Para você entender esse jogo, é necessário inicialmente compreender que equipamentos científicos sofisticados exercem papel central no mundo acadêmico, já que todo o sistema de avaliação de pesquisadores e laboratórios gira em torno da produção científica. Assim, equipamentos são vendidos em grande quantidade para instituições de todo o país, criando um mercado bilionário. Nesse cenário, as empresas não têm interesse em manter equipamentos já vendidos funcionando, preferindo vender sempre mais um equipamento com a desculpa de que é um modelo mais moderno e que conta com novas funcionalidades. Como parte dessa estratégia, impõem preços abusivos a serviços de manutenção e peças de reposição para os equipamentos que elas mesmas vendem, tornando laboratórios e instituições reféns de grandes empresas fornecedoras dessas máquinas sofisticadas.

O modelo está errado e precisa mudar. As instituições de pesquisa e as instâncias governamentais precisam atuar com mais protagonismo nesse tema, ao invés de deixar o relacionamento por conta de cada laboratório, muito mais frágeis e expostos a essas estratégias abusivas. Algumas sugestões podem ser:

1- Criar um cadastro nacional de práticas abusivas, disponibilizado nas páginas do CNPq, CAPES e MCTI;

2- Impedir empresas que fazem uso de práticas abusivas de fornecer equipamentos para instâncias públicas e governamentais;

3- Organizar editais de licitação mais amplos, com aquisição de múltiplos equipamentos e imposição de serviços mínimos de manutenção;

4- Criar portaria ou lei que imponha o fornecimento de serviços de manutenção por tempo mínimo, de 5 a 10 anos, por exemplo.

Esse modelo precisa mudar e isso é urgente !!!!


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 December 8, 2023  6m