Palestras Filosóficas Nova Acrópole

Oferecemos voluntariamente conteúdo cultural e filosófico contido no nosso Curso de Filosofia à Maneira Clássica. Além de palestras diponibiizamos "lives", músicas, poesias, entrevistas, etc, para que possam nos conhecer e, caso queiram, ingressem na Filosofia! São amostras dos temas/ abordagens que aprofundamos de forma pedagógica, dialética, individual e prática na Nova Acrópole. Aproveite nossas reflexões, e busque a escola mais próxima de você! =D Sugestões, colaborações, observações pelo instagram  @palestrafilosoficanovaacropole, ou whatsapp 61 9 8361 57 53 - Voluntários Membros da Nova Acrópole Asa Sul Nova Acrópole é uma organização filosófica presente em mais de 50 países desde 1957, e tem por objetivo desenvolver em cada ser humano aquilo que tem de melhor, por meio da Filosofia, da Cultura e do Voluntariado. http://www.acropolis.org http://www.acropole.org.br (Brasil - Centro-Oeste, Norte e Nordeste, exceto Bahia) http://www.nova-acropole.org.br (Brasil - Sul, Sudeste e Bahia)

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episode 10: #129 - Penso, logo... Sou! - Nossa Quarentena Pode Ser Um Retiro De Vida Interior! Luis C. Marques


Recomendação: O SER HUMANO COMO MICROCOSMOS https://youtu.be/61i88mGBgBQ
Lê: Ana Paula Leobas
Texto Luis Carlos MarquesA dimensão humana da Vida. O que é a dimensão humana da Vida?
O filósofo francês René Descartes (1596 – 1650) pronunciou uma frase que ficou famosa e que foi distorcida com o passar do tempo: “- Penso, logo sou” (“-Cogito ergo sum”, do verbo latino “esse”, que significa prioritariamente “ser”, e não “existir”). Ou seja, aquilo que É comanda o pensamento. Assim, colocava o Ser acima do pensamento. Ele era considerado um filósofo Idealista: a Ideia (mundo do Ser) ilumina o pensamento, dando origem à razão. Com o tempo, a tendência que predominou no iluminismo e continua prevalecendo no mundo atual distorceu essa frase, transformando-a em: “- Penso, logo existo”, condicionando a existência ao pensamento, numa espécie de culto ao racionalismo empírico, predominante na metodologia científica atual. Mas como esta corrente de pensamento não pôde ignorar a existência, também, dos sentimentos, da energia vital (disposição para agir, para adquirir propriedades, riquezas etc) e das necessidades biológicas (instintos de sobrevivência e procriação), a pergunta “- Quem sou?” ganhou um grau alto de complexidade, devido às suas várias alternativas de resposta: sou aquele que pensa ou a minha identidade é o próprio pensamento? Ou sou aquele que sente? Sou aquele que vibra, com disposição e confiança em si mesmo, porque possui propriedades e riquezas? Sou os meus instintos e paixões, ponto de onde partiu J.J. Rousseau (1712-1778), no “Século da Luz”, para criar suas teorias do “Bom Selvagem” e do “Contrato Social” ?
Nesta quarentena, de dentro de nossas casas e contemplando desde nossas janelas, tomamos consciência deste conflito dentro de nós mesmos e entre as várias correntes de opinião dos dirigentes de nossa sociedade. O que devemos atender primeiro? A saúde física, a econômica, a psicológica ou a mental? Na nossa solidão, distantes da rotina diária que mantém o nosso tempo preenchido e o coração vazio, numa espécie de “terapia ocupacional” que nos desvia do essencial, podemos tomar consciência de que esse conflito não é somente de nossos políticos dirigentes; eles se tornam evidentes aí, mas estão dentro de nós mesmos. Sentimos medo de perder a vida física, devido ao vírus; sentimos medo de não dispor de alimentos; sentimos angustia e desespero por estarmos fechados dentro de casa com o coração vazio; sentimo-nos confusos com pensamentos circulares, alimentados constantemente com notícias mórbidas. Seria a dimensão humana da Vida isso, algo sem sentido, “suportável” somente, e do qual fugimos mantendo-nos sempre ocupados com atividades de lazer ou produtivas?
Não suportamos a solidão porque não conseguimos identificar nada válido em nós mesmos, quando estamos afastados da mecanicidade cotidiana. Não temos consciência dessa autêntica dimensão humana da Vida, que é eterna, infinita, livre (não condicionada). Foi o grande dilema vivido por Alexander Soljenítsin que, sendo um ativo integrante do exército vermelho, viu-se, de repente, numa minúscula prisão por vários anos. Nesta condição adversa, logrou elevados estados de consciência que lhes proporcionaram os mais belos sentimentos, pensamentos e ideias. Soube que é na dimensão humana da Vida que habita a fonte de todos os prazeres e a consciência de eternidade e de verdadeira liberdade, onde o medo não pode entrar. O isolamento social não nos coloca numa condição tão adversa como essa vivida por Soljenítsin, porque estamos em nossas casas e juntos com nossos entes queridos. Portanto, temos melhores condições de penetrar profundamente em nós mesmos e descobrirmos com os nossos sentidos interiores essa dimensão de Vida de onde nos vem a percepção natural da beleza, bondade e justiça. Virtudes que são atributos de nosso Ser, chispa divina que, sendo eterna e livre, não teme a morte e nem sofre com as restrições da personalidade.


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 April 16, 2020  4m